O que dizer sobre você? O que posso falar? Talvez dos teus olhos, dois poços profundos nos quais eu me afogaria com toda a vontade do mundo? Duas jóias raras que brilham sempre, e que deixam minha boca seca?
Falar do seu olhar então, maroto, sincero, esperando, analisando. Esse seu olhar me deixa doido, com vontade de gritar, correr, fazer algo idiota pra mostrar o quanto te amo...
E sua boca, perfeita, linda, que me dá frio na barriga, porque me faz imaginar te beijando... E nessa sua boca está o teu sorriso, aquele sorriso torto. E é esse seu sorriso torto, de ladinho, que ilumina o meu dia, para meu mundo e acelera o meu coração.
O que mais eu posso dizer sobre você? São tantas coisas que quero dizer que não caberiam aqui, por isso me calo aqui, imaginando você pertinho de mim, me deixando feliz, me fazendo sorrir como nunca antes. É tudo sobre você. É só sobre você. É você.
domingo, 30 de maio de 2010
quarta-feira, 26 de maio de 2010
Testemunha Tranquila
O camarada chegou assim com ar suspeito, olhou pros lados e - como não parecia ter ninguém por perto - forçou a porta do apartamento e entrou. eu estava parado olhando, para ver no que ia dar aquilo. Na verdade eu estava vendo nitidamente toda a cena e senti que o camarada era um mau caráter.
E foi batata. Entrou no apartamento e olhou em volta. Penumbra total. Caminhou até o o telefone e desligou com cuidado, na certa para que o aparelho não tocasse enquanto ele estivesse ali. Isto - pensei - é porque ele não quer que ninguém note a sua presença: logo, só pode ser um ladrão, ou coisa assim.
Mas não era. Se fosse ladrão estaria revistando as gavetas, mexendo em tudo, procurando coisas para levar. O cara - ao contrário - parecia morar perfeitamente no ambiente, pois mesmo na penumbra se orientou muito bem e andou desembaraçado até uma poltrona, onde sentou e ficou quieto:
_Pior que ladrão. Esse cara deve ser um assassino e está esperando alguém chegar para matar - eu tornei a pensar e me lembro (inclusive) que cheguei a suspirar aliciado por não conhecer o homem e - portanto - ser difícil que ele estivesse esperando por mim. Pensamento bobo, de resto, pois eu não tinha nada a ver com aquilo.
De repente ele se retesou na cadeira. Passos no corredor. Os passos, ou melhor, a pessoa que dava os passos, parou em frente à porta do apartamento. O detalhe era visível pela réstea de luz, que vinha por baixo da porta.
Som de chave na fechadura e a porta se abriu lentamente e logo a silhueta de uma mulher se desenhou contra a luz. Bonita ou feia? - pensei eu. Pois era uma graça, meus caros. Quando ela acendeu a luz da sala é que eu pude ver. era boa às pampas. Quando viu o cara na poltrona ainda tentou recuar, mas ele avançou e fechou a porta com um pontapé... e eu ali olhando. Fechou a porta, caminhou em direção à bonitinha e pataco... tacou-lhe a primeira bolacha. Ela estremeceu nos alicerces e pimpa... tacou outra.
Os caros leitores perguntarão: _E você? Assistindo aquilo tudo sem tomar uma atitude? - a pergunta é razoável. eu tomei uma atitude, realmente. Desliguei a televisão, a imagem dos dois desapareceu e eu fui dormir.
E foi batata. Entrou no apartamento e olhou em volta. Penumbra total. Caminhou até o o telefone e desligou com cuidado, na certa para que o aparelho não tocasse enquanto ele estivesse ali. Isto - pensei - é porque ele não quer que ninguém note a sua presença: logo, só pode ser um ladrão, ou coisa assim.
Mas não era. Se fosse ladrão estaria revistando as gavetas, mexendo em tudo, procurando coisas para levar. O cara - ao contrário - parecia morar perfeitamente no ambiente, pois mesmo na penumbra se orientou muito bem e andou desembaraçado até uma poltrona, onde sentou e ficou quieto:
_Pior que ladrão. Esse cara deve ser um assassino e está esperando alguém chegar para matar - eu tornei a pensar e me lembro (inclusive) que cheguei a suspirar aliciado por não conhecer o homem e - portanto - ser difícil que ele estivesse esperando por mim. Pensamento bobo, de resto, pois eu não tinha nada a ver com aquilo.
De repente ele se retesou na cadeira. Passos no corredor. Os passos, ou melhor, a pessoa que dava os passos, parou em frente à porta do apartamento. O detalhe era visível pela réstea de luz, que vinha por baixo da porta.
Som de chave na fechadura e a porta se abriu lentamente e logo a silhueta de uma mulher se desenhou contra a luz. Bonita ou feia? - pensei eu. Pois era uma graça, meus caros. Quando ela acendeu a luz da sala é que eu pude ver. era boa às pampas. Quando viu o cara na poltrona ainda tentou recuar, mas ele avançou e fechou a porta com um pontapé... e eu ali olhando. Fechou a porta, caminhou em direção à bonitinha e pataco... tacou-lhe a primeira bolacha. Ela estremeceu nos alicerces e pimpa... tacou outra.
Os caros leitores perguntarão: _E você? Assistindo aquilo tudo sem tomar uma atitude? - a pergunta é razoável. eu tomei uma atitude, realmente. Desliguei a televisão, a imagem dos dois desapareceu e eu fui dormir.
Stanislaw Ponte Preta
segunda-feira, 24 de maio de 2010
Mundinho azul
pôxa, sabe quando você pensa que a sua vida tá um caos, que nada mais tá fazendo sentido e você pensa em largar tudo e sair correndo? mas daí vem aquelas pessoas especiais, amigos ou algo a mais, e te enchem de esperança de novo, te fazem ver que nem tudo tá perdido? pois é, isso aconteceu comigo. Graças a todos os meus amigos, pessoas super especiais que fazem meus dias realmente valer a pena, eu pude levantar a cabeça e pensar: "Mas que merda eu tô fazendo com a minha vida?" Cansei de pensar em problemas, não quero mais nada assim na minha vida... tudo o que eu quero é poder curtir cada momento bom que essa minha passagem por esse mundinho azul tá me proporcionando. Cada friozinho na barriga, cada vontade doida, cada riso e cada choro. Eu sei que é difícil, e como é difícil, manter os pensamentos no lugar com tanta coisa pra ser feita, sabe... mas tá na hora de levantar e lutar, de reagir, de bater no peito e dizer: "Ó vida, eu tô aqui, prontinho pra te encarar. Venha o que vier eu não vou desistir... NÃO - VOU- DESISTIR!" E é assim que tudo continua, né? Lutando, caindo, mas sempre se levantando mais forte ao final de cada batalha. Então tá, vamos lá, tá na hora de se levantar, sacudir a poeira e começar tudo de novo.
sexta-feira, 21 de maio de 2010
Egoísmo
Egoísmo é uma palavra muito forte, não é? Me chamaram de egoísta hoje... pelo simples fato de eu querer um pouco de atenção. Mas sabe, às vezes eles até podem estar certos... minha vida anda tão cheia, tão complicada ultimamente, que é difícil até mesmo parar e pensar no que escrever aqui... faculdade, trabalho, tantas coisas com as quais me preocupar... e eu querendo atenção. Eu sei que é difícil do jeito que tá, mas sabe, ter um alguém do meu lado me ajudaria tanto, tanto... não do meu lado no sentido de apoio fraternal, amizades... sabe, de amigos eu tô mais que satisfeito, tanto aqui do meu lado quanto os amigos que a vida digital me trouxe... tão sempre do meu lado pra me apoiar. O que eu quero mesmo é alguém pra deitar comigo e me ouvir, me consolar, e pra eu poder ouvir também, consolar também. Compartilhar problemas e soluções, e fazer disso um elo que pode fortalecer ainda mais a relação. A partir das dificuldades encontrar situações que podem facilitar toda uma vida juntos.. é isso que eu quero... mas agora parece que não dá, com tanta coisa já se passando em minha cabeça, não dá. Talvez uma hora, se tudo voltar a ser como era antes, a alguns meses atrás, eu possa reconsiderar e entrar de cabeça em algo sério... mas agora não dá.
terça-feira, 18 de maio de 2010
E tudo começa...
... quando você conhece a pessoa perfeita. Mesmos gostos, mesmas atitudes. Vocês batem em todos os sentidos. É incrível como você se sente conectado com essa pessoa, mesmo depois de pouquíssimo tempo de conversa. Vai tudo muito bem. Excetuando-se uma coisinha, uma tiny little thing... a distância. É. E uma grande distância, pra compensar o pequeno tempo que a aproximação levou... E quem tem ou teve um feeling a distância sabe como essa merda atrapalha, ainda mais se você for um pé rapado como eu...
Mas tirando o fato da distância, o sentimento continua, parecendo cada vez mais forte... forte até demais, pra duas pessoas que nunca se viram de perto, nunca se experimentaram, nunca se puseram a teste...
Uma diminuída de ritmo é proposta. Vamos com calma à distância, quem sabe como será ao vivo? É o mais certo a se fazer, claro. Quem sabe como reagiremos perto um do outro?
E assim as coisas continuam muito bem por um tempo, mas então... percebemos que a distância é algo que parece insuperável. Toda e qualquer tentativa de acabar com ela é frustrada logo no começo, e um abismo parece crescer entre nós... É impossível aceitar isso, por que justo a pessoa com a qual eu mais me identifiquei no mundo todo, em toda a minha vida é a que mora mais longe de mim? Por que o mundo tem que ser tão injusto? Isso não pode ser nada que não um castigo... É, isso é um castigo, não poder tocar quem você ama, não poder sentir o cheiro de quem você ama, não poder olhar nos olhos de quem você ama. Isso faz bem? Mas é claro que não!
Pequenas ausências acabam ocorrendo, e meu coração se despedaçando a cada uma delas. Mas o que fazer, se estou longe pra suprir as necessidades afetivas de quem gosta de mim? O que posso fazer?
Então, do nada, sem mais nem menos, eu sinto que isso pode estar acabando antes mesmo de começar... Como eu devo me sentir, se não arrasado, inútil, destroçado, por dentro e por fora?
Como eu queria poder te aquecer no frio, te alegrar em tuas tristezas, te abraçar quando quisesse, te ver! Mas enfim, só o tempo vai nos dizer no que isso vai dar...
Me despeço daqui por hoje com a música que marcou toda essa história que começou por um simples acaso, e que rapidamente se tornou uma das melhores coisas da minha vida...
Mas tirando o fato da distância, o sentimento continua, parecendo cada vez mais forte... forte até demais, pra duas pessoas que nunca se viram de perto, nunca se experimentaram, nunca se puseram a teste...
Uma diminuída de ritmo é proposta. Vamos com calma à distância, quem sabe como será ao vivo? É o mais certo a se fazer, claro. Quem sabe como reagiremos perto um do outro?
E assim as coisas continuam muito bem por um tempo, mas então... percebemos que a distância é algo que parece insuperável. Toda e qualquer tentativa de acabar com ela é frustrada logo no começo, e um abismo parece crescer entre nós... É impossível aceitar isso, por que justo a pessoa com a qual eu mais me identifiquei no mundo todo, em toda a minha vida é a que mora mais longe de mim? Por que o mundo tem que ser tão injusto? Isso não pode ser nada que não um castigo... É, isso é um castigo, não poder tocar quem você ama, não poder sentir o cheiro de quem você ama, não poder olhar nos olhos de quem você ama. Isso faz bem? Mas é claro que não!
Pequenas ausências acabam ocorrendo, e meu coração se despedaçando a cada uma delas. Mas o que fazer, se estou longe pra suprir as necessidades afetivas de quem gosta de mim? O que posso fazer?
Então, do nada, sem mais nem menos, eu sinto que isso pode estar acabando antes mesmo de começar... Como eu devo me sentir, se não arrasado, inútil, destroçado, por dentro e por fora?
Como eu queria poder te aquecer no frio, te alegrar em tuas tristezas, te abraçar quando quisesse, te ver! Mas enfim, só o tempo vai nos dizer no que isso vai dar...
Me despeço daqui por hoje com a música que marcou toda essa história que começou por um simples acaso, e que rapidamente se tornou uma das melhores coisas da minha vida...
segunda-feira, 17 de maio de 2010
Blame
and love is all we've gotÉ o que diz a música, pelo menos... mas isso é verdade? será que o amor é tudo que a gente tem? eu mudo muito de opinião a respeito disso... algumas vezes eu concordo, mas existem certos momentos que eu mando o amor ir pastar. Sinceramente, o que esse sentimento tem de tão especial em nossas vidas? Por que diabos a gente se deixa levar tanto pelo amor? Será que ele é capaz de nos suprir, de nos alimentar, nos aquecer? Ou o amor nada mais é que um doce, completamente desnecessário, mas que nos faz bem? Quanto mais eu paro pra pensar, mais confuso eu fico, e isso é sério... eu nunca experimentei o amor verdadeiro, ou pelo menos acho que não... isso faz de mim um alienígena? Ou será que eu me apaixonei, que eu amei tantas vezes que esse sentimento simplesmente é parte de mim? Mas afinal, o que é amor? O que define amor? Sensação física? Um bem estar, um frio na barriga? Ou então uma sensação dentro da gente, uma satisfação sem sentido, uma sensação quente que nos preenche? Ou uma mistura de tudo isso, que nos coloca numa montanha-russa e que nos deixa ansiosos, suando frio, com vontade de vomitar, mas querendo mais e mais depois que termina?
Quem sabe o que é o amor? A única coisa que a gente sabe é que a gente não sabe viver sem ele.
segunda-feira, 10 de maio de 2010
Um texto muito lindo
Um amigo meu me mandou esse texto algum tempo atrás, e eu achei lindo. Fuçando aqui no meu computador, achei ele hoje, e vou colocar aqui pra vocês verem, tá?
Eu realmente não lembro quem é a autora do texto (é uma mulher), mas tô querendo saber... se você souber, me fala por comentários, pra eu dar os devidos créditos, tá? beijos!
UPDATE: meu amigo me disse que o nome da autora é Rita Apoena... essa mulher escreve, hein...
Sabe, acho que ninguém vai entender. Ou se entender não vai aprovar. Existe em nossa época um paradigma que diz: enquanto você me der carinho e cuidar de mim, eu vou amar você. Então, eu troco o meu amor por um punhado de boas ações. Isso a gente aprende desde a infância: se você for um bom menino, eu vou lhe dar um chocolate. Parece que ninguém é amado simplesmente pelo que é, por existir no mundo do jeito que for, mas pelo que faz em troca desse amor. E quando alguém, por alguma razão muito íntima, corre para bem longe de você? A maioria das pessoas aperta um botão de desliga-amor, acionado pelo medo e sentimentos de abandono, e corre em direção aos braços mais quentinhos. E a história se repete: enquanto você fizer coisas por mim ou for assim eu vou amar você e ficar ao seu lado porque eu tenho de me amar em primeiro lugar. Mas que espécie de amor é esse? Na minha opinião, é um amor que não serve nem a si mesmo e nem ao outro.
Eu também tenho medo, dragões aterrorizantes que atacam de quando em quando, mas eu não acredito em nada disso. Quando eu saí de uma importante depressão, eu disse a mim mesma que o mundo no qual eu acreditava deveria existir em algum lugar do planeta. Nem se fosse apenas dentro de mim... Mesmo se ele não existisse em canto algum, se eu, pelo menos, pudesse construi-lo em mim, como um templo das coisas mais bonitas em que eu acredito, o mundo seria sim bonito e doce, o mundo seria cheio de amor, e eu nunca mais ficaria doente. E, nesse mundo, ninguém precisa trocar amor por coisa alguma porque ele brota sozinho entre os dedos da mão e se alimenta do respirar, do contemplar o céu, do fechar os olhos na ventania e abrir os braços antes da chuva. Nesse mundo, as pessoas nunca se abandonam. Elas nunca vão embora porque a gente não foi um bom menino. Ou porque a gente ficou com os braços tão fraquinhos que não consegue mais abraçar e estar perto. Mesmo quando o outro vai embora, a gente não vai. A gente fica e faz um jardim, qualquer coisa para ocupar o tempo, um banco de almofadas coloridas, e pede aos passarinhos não sujarem ali porque aquele é o banco do nosso amor, do nosso grande amigo. Para que ele saiba que, em qualquer tempo, em qualquer lugar, daqui a não sei quantos anos, ele pode simplesmente voltar, sem mais explicações, para olhar o céu de mãos dadas.
No mundo de cá, as relações se dão na superfície. Eu fico sobre uma pedra no rio e, enquanto você estiver na outra, saudável, amoroso e alto-astral, nós nos amamos. Se você afundar, eu não mergulho para te dar a mão, eu pulo para outra pedra e começo outra relação superficial. Mas o que pode ser mais arrebatador nesse mundo do que o encontro entre duas pessoas? Para mim, reside aí todo o mistério da vida, a intenção mais genuína de um abraço. Encontrar alguém para encostar a ponta dos dedos no fundo do rio - é o máximo de encontro que pode existir, não mais que isso, nem mesmo no sexo. Encostar a ponta dos dedos no fundo do rio. E isso não é nada fácil, porque existem os dragões do abandono querendo, a todo instante, abocanhar os nossos braços e o nosso juízo. Mas se eu não atravessar isso agora, a minha escrita será uma grande mentira, as minhas histórias serão todas mentiras, o meu livrinho será uma grande mentira porque neles o que impera mais que tudo é a lealdade, feito um Sancho Pança atrás do seu louco Dom Quixote. É a certeza de existir um lugar, em algum canto do mundo, onde a gente é acolhido por um grande amigo. É por isso que eu tenho de ir. E porque eu não quero passar a minha existência pulando de pedra em pedra, tomando atalhos de relações humanas. Eu vou mergulhar com o meu amigo, ainda que eu tenha de ficar em silêncio, a cem metros de distância. Eu e o meu boneco de infância, porque no meu mundo a gente não abandona sequer os bonecos que foram nossos amigos um dia.
Agora em silêncio, tentando ensinar esses dragões a nadar.
Eu também tenho medo, dragões aterrorizantes que atacam de quando em quando, mas eu não acredito em nada disso. Quando eu saí de uma importante depressão, eu disse a mim mesma que o mundo no qual eu acreditava deveria existir em algum lugar do planeta. Nem se fosse apenas dentro de mim... Mesmo se ele não existisse em canto algum, se eu, pelo menos, pudesse construi-lo em mim, como um templo das coisas mais bonitas em que eu acredito, o mundo seria sim bonito e doce, o mundo seria cheio de amor, e eu nunca mais ficaria doente. E, nesse mundo, ninguém precisa trocar amor por coisa alguma porque ele brota sozinho entre os dedos da mão e se alimenta do respirar, do contemplar o céu, do fechar os olhos na ventania e abrir os braços antes da chuva. Nesse mundo, as pessoas nunca se abandonam. Elas nunca vão embora porque a gente não foi um bom menino. Ou porque a gente ficou com os braços tão fraquinhos que não consegue mais abraçar e estar perto. Mesmo quando o outro vai embora, a gente não vai. A gente fica e faz um jardim, qualquer coisa para ocupar o tempo, um banco de almofadas coloridas, e pede aos passarinhos não sujarem ali porque aquele é o banco do nosso amor, do nosso grande amigo. Para que ele saiba que, em qualquer tempo, em qualquer lugar, daqui a não sei quantos anos, ele pode simplesmente voltar, sem mais explicações, para olhar o céu de mãos dadas.
No mundo de cá, as relações se dão na superfície. Eu fico sobre uma pedra no rio e, enquanto você estiver na outra, saudável, amoroso e alto-astral, nós nos amamos. Se você afundar, eu não mergulho para te dar a mão, eu pulo para outra pedra e começo outra relação superficial. Mas o que pode ser mais arrebatador nesse mundo do que o encontro entre duas pessoas? Para mim, reside aí todo o mistério da vida, a intenção mais genuína de um abraço. Encontrar alguém para encostar a ponta dos dedos no fundo do rio - é o máximo de encontro que pode existir, não mais que isso, nem mesmo no sexo. Encostar a ponta dos dedos no fundo do rio. E isso não é nada fácil, porque existem os dragões do abandono querendo, a todo instante, abocanhar os nossos braços e o nosso juízo. Mas se eu não atravessar isso agora, a minha escrita será uma grande mentira, as minhas histórias serão todas mentiras, o meu livrinho será uma grande mentira porque neles o que impera mais que tudo é a lealdade, feito um Sancho Pança atrás do seu louco Dom Quixote. É a certeza de existir um lugar, em algum canto do mundo, onde a gente é acolhido por um grande amigo. É por isso que eu tenho de ir. E porque eu não quero passar a minha existência pulando de pedra em pedra, tomando atalhos de relações humanas. Eu vou mergulhar com o meu amigo, ainda que eu tenha de ficar em silêncio, a cem metros de distância. Eu e o meu boneco de infância, porque no meu mundo a gente não abandona sequer os bonecos que foram nossos amigos um dia.
Agora em silêncio, tentando ensinar esses dragões a nadar.
terça-feira, 4 de maio de 2010
O desânimo...
...que eu sinto é algo estranho, inexplicável, vazio. São tantos motivos que criam essa sensação, tantas razões para sua existência que até mesmo o fato de tentar explicá-lo é complicado. O que eu posso dizer é que ultimamente não vejo tanto sentido nas coisas que venho fazendo, que venho tentando. Minha única vontade é fugir, pra bem longe, pra qualquer lugar, pra lugar nenhum. Só fugir. E quem sabe fugindo eu possa me esconder desse desânimo, fazer ele se perder de mim e não conseguir mais me encontrar, pra quem sabe assim eu ter meu tantinho de felicidade em algum lugar. Em lugar nenhum.
http://www.youtube.com/watch?v=MV_BNrw-ucM
http://www.youtube.com/watch?v=MV_BNrw-ucM
domingo, 2 de maio de 2010
Queria dizer...
... que te amo.
Com todas as minhas forças, sabe. E depois poder te abraçar, te dar um beijo, sentir o teu cheiro pertinho de mim, que é o que me faz tão bem... E sabe, o fato de poder dizer isso pra você me deixaria tão mais leve, tão mais feliz, com tantos menos problemas... Eu acho que segurar o amor por tanto tempo, como eu estou fazendo agora, pode nos fazer mal. Porque o amor não deve ser mantido em segredo, não deve ser guardado. O amor deve ser mostrado, exibido como um troféu, e é exatamente isso que eu quero fazer, isso e nada mais. Poder ficar o tempo todo grudado em você, poder falar com você e te tocar ao mesmo tempo, sentir a tua pele na minha, esse é o meu remédio.
Espero que você sinta o mesmo por mim. Espero que eu possa provar desse remédio em breve. Espero.
Com todas as minhas forças, sabe. E depois poder te abraçar, te dar um beijo, sentir o teu cheiro pertinho de mim, que é o que me faz tão bem... E sabe, o fato de poder dizer isso pra você me deixaria tão mais leve, tão mais feliz, com tantos menos problemas... Eu acho que segurar o amor por tanto tempo, como eu estou fazendo agora, pode nos fazer mal. Porque o amor não deve ser mantido em segredo, não deve ser guardado. O amor deve ser mostrado, exibido como um troféu, e é exatamente isso que eu quero fazer, isso e nada mais. Poder ficar o tempo todo grudado em você, poder falar com você e te tocar ao mesmo tempo, sentir a tua pele na minha, esse é o meu remédio.
Espero que você sinta o mesmo por mim. Espero que eu possa provar desse remédio em breve. Espero.
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