Os escorpiões do sol
Eram 4 horas da tarde do mês de junho & o sol batia no
topo do Edifício Copan suas rajadas paulistanas onde Pólen
& Luizinho foram fazer amor & tomar vinho.
O adolescente vestia uma camiseta preta com o desenho no
peito de um punho fechado socialista, calças Lee
desbotadas & calçava tênis branco com listras azuis. Você é
minha putinha, disse Pólen. Isso, gritou Luizinho, gosto de
ser chamado de putinha, puto, viado, bichinha, viadinho ah
acho que vou gozar todo o esperma do Universo!
Neste instante um helicóptero do City Bank aproximava-se
pedindo pouso & os dois nem ligaram continuando com
suas blasfêmias eróticas heróicas & assassinas.
O guarda que estava no helicóptero então mirou & abriu fogo.
Luizinho ficou morto lá no topo do Edifício Copan com
uma bala no coração.
Por onde é preciso começar?
A poesia homossexual, tal como o texto de Roberto Piva colocado aqui, é uma poesia de risco, de sexo, de escancarar as portas dos segredos obscenos de um mundo que era visto como pecado, como doença. Os autores de tal temática buscam nada mais que mostrar ao mundo, mesmo que de forma escracha, o que o mundo tentou por tanto tempo esconder. Usam-se da poesia quase como uma espécie de vingança contra a sociedade que tanto tempo os amedrontou
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